Post-Activation Potentiation (PAP)

14-05-2018



O Post-Activation Potentiation consiste na aplicação de exercícios de intensidade máxima (>80% 1RM) com o intuito de aumentar a potência muscular e a taxa de produção de força (TPF) dos atletas a posteriori (Stone et. al. 2008;Judge et. al., 2012). 

A resposta do músculo aos estímulos impostos é afetada pela sua história contrátil. A fadiga é o efeito mais óbvio dessa mesma história, refletida pela incapacidade do músculo gerar um nível esperado de força. No entanto, a fadiga pode coexistir com a "potenciação pós-ativação", que é aplicada para melhorar o desempenho muscular, especialmente em tarefas que envolvam velocidade e potência. A resposta medida do desempenho muscular após alguma forma de atividade contrátil é o balanço líquido entre processos que causam fadiga e os processos simultâneos que resultam em potencialização (Hodgson et al. 2012). O desempenho ideal ocorre quando a fadiga diminui, mas o efeito potencializador ainda existe. O PAP foi comprovado científicamente usando contrações induzidas por estímulos elétricos. 

Apesar de ainda não haver um consenso científico, pensa-se que tudo isto acontece devido a múltiplos fatores, entre eles, o aumento do recrutamento de unidades motoras (principalmente as rápidas, constituídas por fibras do tipo 2A e 2X), pelo aumento do ângulo de penação dos músculos e pelo aumento da fosforalização das cadeias leves reguladoras da miosina, que aumentarão a sensibilidade das proteínas contráteis ao cálcio (Ca2+), fator que predispõe a um aumento da conexão entre os miofilamentos de actina e miosina, que resultará num aumento do número de pontes cruzadas e consequentemente num acréscimo da Taxa de Produção de Força (TPF).

Diversos estudos recentes aplicaram os princípios do Post-Activation Potentiation (PAP) em inúmeras modalidades com o objetivo de verificar a sua eficácia na potenciação do sistema neuromuscular a curto prazo. Os estudos realizados utilizam diferentes protocolos, sendo que podem ser aplicados inúmeros exercícios  para verificar a eficiência do PAP, entre eles o Back Squat, o Power Clean, o Counter Movement Jump (CMJ), o Sled Pulling, entre outros.

Em 2011, Kilduff et al., avaliaram os efeitos do Post-Activation Potentiation na partida de bloco em nadadores profissionais. Para isso, os atletas realizaram um Counter Movement Jump (CMJ) para se obter a baseline e mais tarde voltaram a repetir o procedimento nos tempos de ~15 segundos, 4, 8, 12 e 16 minutos após o estímulo do PAP (1 set de 3 repetições a 87% 1RM no exercício de Back Squat). Com recurso a uma plataforma de forças foi possível comprovar a eficácia do PAP no aumento da força produzida e também num aumento da altura de voo após um descanso de 8 minutos.

Num outro estudo realizado por Seitz et al., que envolveu 20 jogadores de rugby profissionais, foi possível verificar uma melhoria dos tempos de sprint na distância de 20 metros após a realização de 1 set de 3 repetições de Back Squat com uma intensidade de 90% 1RM após um período de descanso de 7 minutos.

A literatura vai ainda mais longe, afirmando que os efeitos potenciadores são tanto maiores quanto maiores forem os níveis de força dos atletas em questão. Gourgolis et al., verificaram que em grupos onde o 1RM no exercício de Back Squat é >160 kg, os efeitos do PAP são maiores (4%), do que em indivíduos em que o 1RM do mesmo exercício é <160 kg (0.42%).

Contudo, e como seria de esperar, nem todos os atletas reagem da mesma forma aos estímulos incutidos, sendo que alguns respondem de forma positiva (responders), outros de forma negativa (negative responders), alguns atletas não respondem aos estímulos incrementados (nonresponders) e por fim, há ainda atletas que respondem de forma inconstante (inconsistent responders). Sendo assim, o treinador/preparador físico deve optar por gerir o treino dos seus atletas consoante as suas respostas, mantendo/alterando os exercícios, o volume, o tempo de descanso, e em casos extremos, deixar de aplicar os protocolos de PAP, quando as respostas aos mesmos são negativas ou inconsistentes.

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